Duas festas encerram o ciclo

10/12/2009 16:23

Publicada em 11-11-2009.

Pela primeira vez, na casa nova, será realizada a festa de encerramento de mais um ciclo e a Festa para Iemanjá.

A confraternização de fim de ano acontecerá no último dia de 'gira de direita' no Templo de Luz Vó Maria, em Itatiba, no dia 8 de dezembro, e servirá para agradecer o final de mais um ciclo e pedir força a todos os guias e orixas para que venha um 2010 com muita paz, amor, saúde e sucesso. Durante o encontro, todos os trabalhadores do Templo deverão levar um vidro de alfazema para ser benzido e, também, receberão ervas e flores para banhos de limpeza e energia.

 

Festa de Iemanja

Todas as pessoas envolvidas com o Templo estão preparando uma decoração bem bonita, com flores brancas, regada à água de alfazema, para festejar o dia - para a Umbanda - da nossa deusa do mar. A Festa, ainda, não está aberta ao público, mas em breve será um prazer receber a todos para poder atendê-los com muito amor e carinho. Ah, e como não poderiam faltar, contaremos também com os marinheiros e as crianças

 

Abaixo segue matéria da revista BONS FLUIDOS - Ed. Abril, sobre nossa mãe Iemanjá

Presente para Iemanjá
 

Iemanjá vive no rastro que a lua deixa no mar, contam os pescadores. Ela protege a maternidade, a família e os namorados. A deusa das águas, no candomblé e na umbanda, ultrapassou as fronteiras religiosas e conquistou o coração de brasileiros de todos os credos, que oferecem sua devoção atirando ao mar flores, espelhos e bijuterias, especialmente no dia consagrado a ela. Também chamada de Oloxum, Inayê ou Janaína, nos diferentes dialetos africanos, Iemanjá representa a força feminina da geração da vida. Em sua imagem mais popular, tem cabelos negros lisos e compridos, vestido azul, tiara dourada e mãos que derramam pérolas. No Brasil, a deusa mistura influências da cultura européia – a associação com uma sereia – e da indígena – como o mito da Iara, mulher sedutora que vive nos rios. Também é associada à imagem de Maria, segundo cada região brasileira: Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro, Nossa Senhora da Conceição, em Salvador, e Nossa Senhora dos Navegantes, nas capitais e cidades ribeirinhas do Nordeste. É que, durante a escravidão, proibidos de cultuar seus deuses, os escravos criaram um mecanismo de correspondência entre os santos católicos e os orixás – entidades que intermediam a comunicação dos seres humanos com Olorum, a fonte da Graça.

“Iemanjá é a mãe de todos os orixás. Como muitos de seus filhos vivem na terra, ela passa seis meses do ano com eles e seis meses no mar”, explica Rui Silva Reis, estudioso da religião africana, do Rio de Janeiro. O dia 2 de fevereiro – data de festejos da deusa, principalmente em Salvador, na praia do Rio Vermelho – assinala sua chegada ao mar, de onde sairá novamente para a terra em 15 de agosto. A Mãe generosa
Iemanjá é evocada por seus fiéis quando é preciso reunir todas as forças para superar um grande sofrimento. “Ela também representa a energia feminina agressiva, não no sentido destrutivo, mas como uma mãe reage ao defender o filho”, explica Andréa Braga, historiadora e estudiosa das mitologias e religiões, do Rio de Janeiro. Como matriarca, Iemanjá gosta de ver as famílias unidas. “Ela abençoa os namorados, para que saiam bons casamentos, e aprecia os almoços de domingo, quando todos se reúnem em volta da mesa”, diz Rui Silva Reis. A orixá favorece a criatividade, protege os trabalhadores e traz vitórias e conquistas para quem obtém seus ganhos de forma honesta. “Ela odeia a traição”, afirma o estudioso. No campo da sexualidade, a deusa estimula o sexo prazeroso, com períodos de entusiasmo e de recolhimento, assim como as marés. Sua cor é o azul, e seu metal, a prata. Assim como as águas refletem imagens, Iemanjá é associada ao espelho, “no qual devemos nos olhar para refletir sobre o dia-a-dia”, ensina Rui Silva Reis. Daí vem a fama de vaidosa – seus devotos jogam ao mar espelhos, bijuterias e até jóias como oferenda.


Para agradá-la, porém, bastam rosas brancas num vaso ou uma cesta com frutas sobre a mesa, dispostas com a intenção de pedir a saúde e a felicidade dos habitantes da casa. Ou ainda uma vela azul ou branca, acesa em um local especial. Sábado é o dia da semana consagrado a Iemanjá. Quem quiser homenageá-la pode vestir roupa branca ou azul-clara e usar jóias feitas de prata, coral ou pérolas. Para fazer um pedido, vá para a beira do mar à noite, fixe o olhar numa estrela e peça a intercessão da orixá. Vale também ofertar rosas, atirando-as na água quando a onda estiver se afastando da praia.
 

Fonte: https://bonsfluidos.abril.com.br/edicoes/0045/espirito/b.shtml

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