A RELIGIÃO

A RELIGIÃO

A Umbanda é uma religião fundamentada em 3 pilares que são sua base de sustentação: O amor, a caridade e a humildade. Seguindo estes pilares, a Umbanda auxilia a evolução do ser por meio de ensinamentos doutrinários, mediúnicos, religiosos e espiritualistas.

Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral ou com seres da natureza (os elementais) e utiliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e a sabedoria dos mestres da Aruanda (campo espiritual, consideradas “colônias” para os Kardecistas) para a cura e a energização do campo astral humano, com a atuação nos centros de força dos corpos e nos campos energéticos das pessoas que "...vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas", alé de trazer muitos ensinamentos sobre a espiritualiade.

No início do sec. XX com o surgimento da Umbanda, as sessões eram muitas vezes realizadas nas praias. Foi então que começou a ser conhecida pelo termo macumba, pois macumba nada mais é que um determinado tipo de madeira usada para produzir o atabaque usado durante as giras; por ser um instrumento musical, as pessoas referiam-se da seguinte forma: "Estão batendo a macumba na praia", ficando então conhecidas as giras como macumbas. Com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, judaísmo, etc, era considerado macumba. Com o tempo, mabumba acabou por virar um termo pejorativo à discriminação por falta de conhecimento.

Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística caritativa e não tem a cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais. Porém, é licito o chamamento dos médiuns e das pessoas que freqüentam seus templos no sentido de contribuírem para a manutenção deles ou para a realização de eventos de cunho religioso ou assistencial aos mais necessitados. A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de orixás e não tem nessa prática legitima e tradicional do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia. A Umbanda não aceita a tese defendida por alguns adeptos dos cultos de nação que diz que só com a catulagem de cabeça e só com o sacrifício de animais é possível as feituras de cabeça (coroação do médium) e o assentamento dos orixás, pois, para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, suas divindades e os guias espirituais em beneficio dos médiuns e dos freqüentadores dos seus templos. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.

A Umbanda tem de preparar muito bem os seus sacerdotes para que estes acolham em seus templos todas as pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas e as auxiliem no desenvolvimento delas, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas os seus futuros sacerdotes. A Umbanda tem na mediunidade de incorporação o seu principal mecanismo de prática religiosa, pois, com seus médiuns bem preparados, assiste seus fiéis, auxilia na resolução de problemas graves ou corriqueiros, todos tratados com a mesma preocupação e dedicação espiritual e sacerdotal. A Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em parte, fundamentada na manifestação dos espíritos guias. E espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas (referentes ao mundo espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto aos ancestrais Divinos, culto religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos espíritos elevados ou ascencionados e que retornam como guias-chefes, para auxiliar a evolução das pessoas que freqüentam os templos de Umbanda.

A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de faculdades e poderes superiores ao senso comum dos encarnados e tem neles um dos seus recursos religiosos e magísticos, recorrendo a eles em suas sessões de trabalho e tendo neles um dos seus fundamentos religiosos.

Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus apresenta sua benevolência e sua força através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social. Infelizmente deve-se aos limites da linguagem humana a falta de precisão em conceituar o que seria Deus. Isto por que uma das características da Divindade Suprema é ser Infinito, sem medidas, o que remete apenas conhecer parcialmente sua “Natureza”.

Toda gira de Umbanda tem como base o processo de defumação (elemento característico das giras) que consiste na queima de ervas essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o recebimento das entidades que ali trabalharão.

As giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. Após a incorporação do médiuns pelos seus respectivos guias, inicia-se o atendimento espiritual para o público, onde todos são convidados a tomar um "passe" com os guias que estão em terra, que trabalham exclusivamente para a caridade.

Temos na Umbanda conhecimentos herdados das muitas nações africanas, os quais podemos verificar até nos nomes das linhas de trabalhos dos pretos-velhos: Congo, Angola, Guiné, Keto, Cambinda, Conga, Mina... Temos também o conhecimento religioso dos índios. Erês - na maioria são seres encantados, manipuladores naturais de energias elementares. Têm o poder de mexer com a psique dos médiuns e descontraí-los, aliviando seus subconscientes dos problemas do dia-a-dia. Exu - abre caminho para que este universo magístico se manifeste com segurança.

Ao contrário do que muitos pensam as Sete Linhas de Umbanda Sagrada não são sete Orixás. Mas o que são então? Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como manifestações de diferentes arquétipos universais, que seriam uma síntese de leis e princípios cósmicos e naturais, que representariam as diferentes manifestações da forças naturais expressos na forma de símbolos.

Orixá é sinônimo de Trono, que por sua vez é gerador de fatores, de essências, de energias, de magnetismos, de vibraçoes e de irradiações. Algumas explicações ainda são incompreensíveis à lógica humana, sendo então considerados mistérios Divinos das leis da Umbanda.

São as Sete Irradiações de Deus, já há muito tempo conhecidas pela humanidade, ou não é verdade que nos deparamos com a tradição dos “sete raios”, veneração ao “Setenário Sagrado”, uso magístico das “Sete chamas Sagradas”, “Sete Cores do Arco- íris, “Sete Chacras” etc. Cada um afinado em uma das sete vibrações originais. Assim são as Sete Linhas de Umbanda, são Sete Irradiações Divinas que se projetam e recobrem todo o nosso planeta formando sete telas planetárias que estão em tudo e em todos os lugares ao mesmo tempo. Cada uma delas assume uma qualidade, uma essência e um elemento.

Vemos que cada Orixá tem sua qualidade e seu elemento e que se assentam nestas Sete Linhas de Umbanda de tal forma que para cada linha temos dois Orixás Maiores, um masculino e um feminino a nos irradiar o tempo todo estas qualidades Divinas.

Primeira linha: Linha da Fé (Cristalina) onde os Orixás Oxalá e Oiá a irradia;

Segunda Linha: Linha do Amor (Mineral) onde os Orixás Oxum e Oxumaré a irradia;

Terceira Linha: Linha do Conhecimento (vegetal) onde os Orixás Oxóssi e Obá a irradia;

Quarta Linha: Linha da Justiça (Fogo) onde os Orixás Xangô e Egunitá a irradia;

Quinta Linha: Linha da Lei (Ar) onde os Orixás Ogum e Iansã a irradia;

Sexta Linha: Linha da Evolução (Terra) onde os Orixás Abaluayê e Nanã Boruquê a irradia;

Sétima Linha: Linha da Geração (Água) onde os Orixás Yemanjá e Omulu a irradia.

 

E da mesma maneira que os nossos Orixás se assentam nestas Linhas todas as outras Divindades também, pois se Oxalá irradia a Fé, do mesmo modo também a irradia o Deus Apólo dos Gregos, o Deus Amom-Rá dos egípicios, o Khrishina dos hindús e de forma intermediária nosso querido Jesus Cristo.

Por uma questão de didática, começaremos por definir Trono : Tronos são a classe de Divindades responsáveis por nossa evolução, assentam-se em um mistério de DEUS e a partir daí passam a manifestá-lo. Por mistérios de Deus, entendamos as suas próprias qualidades divinas que a nós chegam através dos “Tronos de Deus” ou “Orixás”.
Desde que este mundo é mundo, o Trono da Fé existe e sempre vai existir. O que muda são as raças e a época, portanto as maneiras e os nomes pelo qual vem sendo adorado. Logo, por herança yorubá nós o conhecemos como OXALÁ, nosso amado Pai, assentado na primeira linha de Umbanda, a Linha da Fé ou Cristalina. Estes Tronos formam hierarquias divinas, através das quais eles estão ligados uns aos outros. Por exemplo: Trono Cristalino possui sete Tronos intermediários (um para cada irradiação), ou seja: Trono Cristalino da Fé, Trono Cristalino do Amor, Trono Cristalino do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração (como exemplo de Trono intermediário da Fé, temos os Orixás Oxaguiã e Oxalufã tão cultuados no Candomblé). O mesmo acontece com o Trono Cristalino Feminino (Mãe Oiá) e com os outros seis pares de Tronos, todos com suas hierarquias formadas e assentadas respeitando esta mesma ordem onde todos juntos são “UM” em perfeita harmonia. São nestas irradiações e hierarquias que está o fundamento dos assentamentos individuais para nossos guias de direita.

Como exemplo clássico citaremos o assentamento de um caboclo *Pena Branca (pena = elemento de Oxosse, branca = cor de Oxalá, logo é um caboclo de Oxosse trabalhando no campo da Fé)em que com certeza ele pedirá para tal elementos de Oxosse e Oxalá. Feito o assentamento, mediunicamente “nós” passamos a manifestar este mistério em prol daqueles que procurarem o Caboclo Pena Branca e o mesmo acontece com todas as entidades atuantes de Umbanda, assentadas à direita de seus médiuns.