Prefeitura cadastra centros para a Festa de Iemanjá

11/11/2009 12:03

 

Interessados devem pagar taxa para o ingresso de ônibus e vans 

Por: Alexandra Giulietti

A Secretaria de Cultura e Eventos (Secult) iniciou o cadastramento de centros de umbanda e candomblé que queiram participar das festividades de Iemanjá, em Praia Grande. Este ano, as homenagens à Rainha do Mar ocorrem nos dias 2, 3, 9 e 10 de dezembro nas praias dos bairros Ocian e Mirim, da Avenida Vicente de Carvalho até a Rua 1º de Janeiro, cerca de 1,5 quilômetro de extensão.

Se mantida a média das últimas edições, cerca de 300 ônibus transportando 12 mil pessoas devem vir à Cidade. “Além de escolher a data, os interessados devem requisitar permissão de acesso à área para os ônibus ou vans, e reservar o espaço na praia”, informou o secretário da Secult, Manoel Carlos Peres, o Cartola.

A licença deve ser solicitada diretamente à Secult pelos telefones 3473-2278, 3473-2279, 3473-3603 ou 3473-4883. A Prefeitura fixou em R$ 200,00 o valor da taxa para ônibus e R$ 100,00 para van. O solo tem taxa única de R$ 25,00 por centro ou tenda.

O pagamento é realizado por depósito no banco Banespa, agência 0551, conta 45-000109-2, em nome da Prefeitura da Estância Balneária de Praia Grande.

“O depósito deve ser feito em dinheiro, diretamente no caixa. Se for por cheque, a autorização será liberada somente após a comprovação da compensação, o que pode demorar alguns dias”, informou Cartola.

A autorização deve ser retirada a partir de 5 de novembro, na Secult, até o último dia útil antes da data escolhida para o grupo vir à Cidade.

A Secretaria de Cultura e Eventos (Secult) fica na Avenida Costa e Silva, 594, 4º andar, Bairro Boqueirão. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 9 até 17 horas.

Precaução - A Secult alerta sobre a oferta de facilitação para aquisição da permissão. Segundo informações recebidas por Manoel Carlos Peres, estão fazendo comércio de autorizações. Inclusive com oferta e venda por meio da internet.

“Recebemos e-mail de uma contribuinte onde uma pessoa oferecia participação nas festividades de Iemanjá, em Praia Grande, com licença para ônibus ou vans e espaço na praia, citando valores e uma conta particular para depósito. Veja bem: a ação em si não é ilegal, uma vez que é uma oferta de intermediação. É como o trabalho de despachante. Para não ter de fazer o serviço, contrata-se alguém para fazê-lo. Mas no que se refere à participação da Prefeitura, não temos qualquer convênio ou contato com quem o faz e não autorizamos tal ação”, ressaltou o secretário.

Segundo explicou a assistente técnica da Secult, Rosângela de Castro, a possibilidade de problemas, quando se contrata terceiros para obter a permissão, aumenta quando não se conhece o envolvimento dos contratados no evento.

“A Secult só entregará a licença de participação na Festa de Iemanjá àqueles que apresentarem procuração ou identificação do centro ou entidade que represente. Portanto, não será possível alguém não envolvido e autorizado retirar o documento”, disse Rosângela.

Reurbanização – Este ano, a maior novidade está na imagem de Iemanjá, localizada na Praia do Bairro Mirim. A estátua, com oito metros de altura, foi totalmente recuperada, recebendo, inclusive, pintura e iluminação especiais, nas cores da entidade, segundo a descrição da umbanda (branco e azul). A área junto à entidade foi reurbanizada e ganhou 16 coqueiros representando os orixás (deuses) da religião.

 

A escultura agora fica sobre um conjunto formado por dois espelhos d’água: um junto à areia e outro suspenso, na altura do calçadão da orla. “A base da estátua foi transformada em uma cascata com a água caindo no espelho d´água, dando a sensação de que a Iemanjá está sobre o mar”, explicou o arquiteto Luiz Fernando Félix de Paula.

Na volta de todo o espelho d’água há área protegida para a colocação de velas, formando uma cortina de luz. Já o piso está revestido com pedra miracema. “Toda a obra se integra perfeitamente aos trabalhos já realizados de reurbanização do calçadão e também da Avenida dos Sindicatos, valorizando a área e adequando o espaço à concepção da urbanização da orla”, enfatizou Luiz de Paula.

Sincretismo – Resultado do sincretismo religioso, Iemanjá é uma das figuras mais conhecidas nos cultos afro-brasileiros. Segundo informações do site Umbanda Racional, os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.

Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado, em parte, por muitos ramos da Umbanda.

É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.

Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai desembocar no mar. De tanto chorar com o rompimento de seu filho, Oxóssi, que a abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão renegado, Oçãnhim (Oçanhe), Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar.

Fonte: https://www.praiagrande.sp.gov.br

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